PRÉ-SAL E US$ 13 BILHÕES EM INVESTIMENTOS: AS NOVAS PERSPECTIVAS PARA A BACIA DE CAMPOS
LITORAL DA REGIÃO VOLTOU A SER PRIORIDADE DA PETROBRAS DIANTE DO IMBRÓGLIO ENVOLVENDO A EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO NA FOZ DO AMAZONAS
Um horizonte de enormes oportunidades aguarda os profissionais do mercado de óleo e gás na Bacia de Campos. Mesmo após os 50 anos completados em 2024, a produção das reservas da costa do Norte Fluminense está em plena expansão, em especial em Macaé, principal base de operações do mercado offshore do Brasil. A perspectiva é positiva já a partir de 2025: além de investimentos da ordem de US$ 13 bilhões, a Petrobras vai concluir no ano que vem os estudos para identificar a viabilidade de exploração do Pré-Sal da Bacia de Campos, que poderá significar uma nova Era do mercado – e dos royalties – na região.
Com isso, a perspectiva é que as reservas da Bacia de Campos voltem a assumir o protagonismo do mercado offshore no país. A região voltou a figurar como aposta prioritária da estatal diante das incertezas sobre a licença ambiental para explorar a área chamada de Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, no litoral norte do país, que já foi negada uma vez. Segundo a presidente da Petrobras, Magda Chambriard – especializada em engenharia de reservatórios –, ainda há potencial para extrair da Bacia de Campos a mesma quantidade de óleo e gás produzidos desde os anos 1970, com novos poços, técnicas de revitalização de poços maduros e o reaproveitamento de plataformas.
“A produção de Campos tem hoje um fator de recuperação de 17% no seu total. Entendemos que pode produzir nos próximos 40 a 50 anos quem sabe a mesma quantidade de petróleo que produziu até hoje. Estamos voltados para o aproveitamento da Bacia de Campos”, disse Magda, durante evento realizado no final de novembro para anunciar o Plano de Investimentos da estatal.
Ao todo, nove áreas devem passar a receber aportes, e a estatal iniciou estudos para reaproveitar em Campos, plataformas que seriam descartadas, como P35, P37, P47 e P19. Estima-se, por exemplo, que apenas cerca de 15% de todo o petróleo depositado na região foram extraídos, metade da média de outras regiões produtoras no mundo, como o Golfo do México e o Mar do Norte, que superam 30%. Mas os custos ainda são um desafio: os preços de contratação de novas plataformas subiram 40% desde 2021. Por isso, a Petrobras também investe em tecnologias avançadas para revitalizar os campos maduros, como novas técnicas de sísmica 3D e 4D, que permitem rastrear a trajetória do petróleo no reservatório.
O Plano de Revitalização da Bacia de Campos já gerou mais de US$ 60 bilhões injetados na última década, impulsionando mais de 35 mil novos postos de trabalho em Macaé nos últimos quatro anos. “Nós preparamos a cidade para viver este novo ciclo de desenvolvimento a partir do potencial do petróleo, do gás e da energia. E, sem dúvidas, somos hoje o município melhor preparado para oferecer todo o suporte necessário para o mercado offshore se expandir, e sustentar o crescimento do Estado e do país”, avaliou o prefeito Welberth Rezende.
Outro forte investimento será no novo mercado de descomissionamento (processo de retirada de antigas plataformas e sua destinação para o desmantelamento, sempre de forma segura, sustentável, seguindo as certificações internacionais, com o reaproveitamento de suas partes e peças em outros processos industriais), que vai movimentar cerca de US$ 8 bilhões apenas nas unidades da Bacia de Campos – 70% do volume nacional.