A Estrada de Ferro 118 (EF-118) é uma ferrovia projetada para conectar as regiões metropolitanas de Vitória, no Espírito Santo, e do Rio de Janeiro, abrangendo uma extensão de 577 quilômetros. Atualmente, o projeto está em fase de estudo, com detalhes como investimento previsto, custos operacionais e tarifa ainda em análise.
Reconhecendo a importância estratégica da EF-118 para o desenvolvimento econômico e logístico do Norte Fluminense, a Firjan Norte Fluminense promoveu, em 17 de outubro, uma reunião com representantes da sociedade civil e do poder público. O objetivo foi elaborar um documento a ser enviado à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), defendendo a execução do projeto ferroviário. A proposta busca condicionar a realização da EF118 à indenização pela devolução de trechos da antiga malha ferroviária que pertenciam à concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA).
Segundo levantamento da Firjan, a construção da primeira fase da EF118 poderá injetar R$ 2,5 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) da região, gerar 68 mil empregos diretos e indiretos, arrecadar R$ 457 milhões em impostos estaduais e federais e elevar em R$ 1 bilhão os salários pagos à força de trabalho.
O presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira, destacou a necessidade de mobilizar autoridades fluminenses, incluindo parlamentares estaduais e federais, além da sociedade civil, especialmente do Norte Fluminense, para enfrentar os desafios e viabilizar o projeto.
Siqueira destacou que a integração do Porto do Açu à malha ferroviária federal abrirá novas oportunidades de negócios, emprego e renda em toda a região e no estado do Rio. Ele ainda apontou que, em uma segunda fase, a ferrovia poderá ser estendida até o Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, e o Porto de Sepetiba, em Itaguaí, ampliando ainda mais os benefícios econômicos e logísticos.
A prefeita de Quissamã e presidente do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense (Cidennf), Fátima Pacheco, enfatizou a necessidade de igualdade nos investimentos federais para o estado do Rio de Janeiro. Ela ressaltou a união de 22 municípios na defesa dos investimentos regionais e a importância de mobilizar o governador e buscar apoio em Brasília para garantir a concretização da obra.
Carla Caputi, prefeita de São João da Barra, também presente, reforçou a importância de unir todos os setores da sociedade em prol da concretização da EF-118. O encontro contou ainda com representantes das prefeituras de Campos, Macaé, Cardoso Moreira, São Fidélis e Carapebus, além de entidades como sindicatos industriais, a OAB, CDL e o Porto do Açu.
CIDENNF SE REÚNE EM BRASÍLIA PELA FERROVIA
Em recente visita a Brasília, o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense (Cidennf) e uma comitiva de prefeitos da região, acompanhada pelo deputado federal Júlio Lopes, recebeu do ministro dos Transportes em exercício, George Santoro, a garantia de apoio ao projeto ferroviário.
“A EF-118 será implementada, e o Governo Federal também vai investir em melhorias nas BRs 101 e 356, cruzando nossa região. Esses investimentos garantem um impacto positivo fundamental na economia local, criando oportunidades e empregos nos municípios”, afirmou a presidente do Cidennf, Fátima Pacheco.
Enquanto o trecho da EF-118 no Espírito Santo está garantido pela Vale, o principal desafio para o trecho entre o Norte Fluminense e a região metropolitana do Rio de Janeiro é viabilizar os recursos necessários. Segundo Santoro, recuperar a capacidade operacional da ferrovia, que já existiu no passado, conectará a região a outros modais ferroviários, reduzindo custos logísticos e tornando o comércio exterior mais competitivo.
Durante a visita a Brasília, Fátima esteve acompanhada pela prefeita de São Francisco de Itabapoana, Francimara Barbosa Lemos; os prefeitos de Italva, Léo Pelanca; de Cambuci, Marquinho da Venda; o prefeito eleito de Quissamã, Marcelo Batista; e o secretário executivo do Cidennf, Vinicius Viana.
