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dezembro 18, 2024 0 Comments

Exclusiva > Entrevista > COMO FORNECER PARA O PORTO

Gerente de Suprimentos RENATA COLARES dá orientações para empresas se tornarem fornecedoras e parceiras do Porto do Açu

 

A atividade portuária no Brasil tem enfrentado, ao longo das últimas décadas, desafios crescentes devido a uma série de exigências impostas ao setor em nível mundial. Como importante player global, o país frequentemente se depara com questões relacionadas à infraestrutura, recursos humanos, competitividade e excesso de normas. Essas condições resultam em demandas que envolvem volumes de transações, características de cargas e as complexidades do extenso litoral brasileiro, com mais de 8 mil quilômetros, além de outras nuances que requerem soluções logísticas específicas. No Brasil, tais demandas ainda esbarram em um trâmite burocrático, diante de regulamentações específicas, em um sistema carente de legislações que tornem o setor mais ágil, dinâmico e competitivo frente às grandes demandas globais.

Com tantos desafios para se manter competitivo em um contexto que envolve parceiros respaldados por economias mais robustas, surge a necessidade urgente de legislações e processos mais eficientes, permitindo ao país não perder “o navio da história”.

É nesse cenário de grandes desafios que nasceu e se desenvolve, a largas milhas náuticas, o Complexo Portuário do Açu, em São João da Barra, no Norte Fluminense. Empreendimento da holding Prumo Logística, o Açu é o primeiro porto totalmente privado do país, controlado pelo grupo econômico EIG. Operando há pouco mais de 10 anos, utiliza o conceito de porto-indústria, incluindo duas termelétricas. Ostentando a condição de maior infraestrutura portuária da América Latina, com uma retroárea equivalente a 10% do território do município, o complexo busca constantemente otimizar suas operações.

Nele operam gigantes globais como a Edison Chouest Offshore (ECO), a NOV, a Ferroport, a Vast Infraestrutura, a TechnipFMC e a InterMoor, movimentando diariamente mais de 7 mil trabalhadores.

Neste ambiente corporativo complexo, que utiliza processos integrados de alta eficiência, onde tudo deve funcionar com a precisão de um relógio suíço, um dos setores mais estratégicos é a Gerência de Suprimentos. Responsável pelas aquisições de produtos, equipamentos e serviços realizados pelo porto, demandando procedimentos técnicos e logísticos específicos, a gerência é comandada por Renata Colares, engenheira de Produção pela UENF, com MBA em Gestão de Projetos pela FGV. Renata concedeu entrevista especial à edição de lançamento da revista Plataforma, destacando que o Complexo Portuário do Açu é um potencial parceiro de negócios para milhares de empresas do Norte e Noroeste Fluminense, justificando plenamente a iniciativa desta publicação em fomentar a aproximação e o estreitamento de relações entre empresários da região e o porto.

 

PLATAFORMA – Quais são os principais desafios que o setor de suprimentos enfrenta para atender às demandas do Porto do Açu?

RENATA COLARES – Como maior negócio em desenvolvimento no Norte Fluminense, entendemos nosso compromisso de contribuir também para o desenvolvimento da área de influência do Porto do Açu, considerando todo o entorno do complexo portuário. Por isso, promovemos agendas constantes para estreitar a relação entre as empresas do porto e os fornecedores da região. O objetivo é viabilizar uma troca positiva para ambos os lados e levar conhecimento sobre os desafios que encontramos nas contratações, incluindo qualificações, requisitos gerais, critérios técnicos, comerciais e de licenciamento.

PLATAFORMA – Como o Porto do Açu busca parcerias com fornecedores locais e regionais? Existem critérios específicos valorizados na escolha de parceiros?

RENATA COLARES – Para incentivar a contratação de parceiros regionais, o Porto do Açu promove, periodicamente, workshops para o desenvolvimento e a identificação de potenciais fornecedores locais, em parceria com outras empresas do complexo, Sebrae e Firjan. Até o momento, apenas na Porto do Açu Operações, empresa que administra o complexo portuário, tivemos mais de 100 empresas de Campos dos Goytacazes e São João da Barra prestando serviços, o que representa 22% de todos os fornecedores utilizados. Critérios como aderência a requisitos técnicos, atendimento às NRs e normativos gerais de elegibilidade para o serviço contratado são primordiais. Além disso, a demonstração de práticas de ESG implementadas é um dos diferenciais que buscamos.

PLATAFORMA – Quais são as categorias de produtos e serviços mais demandadas atualmente pelo Porto do Açu?

RENATA COLARES – Entre as demandas das empresas instaladas no complexo portuário estão materiais elétricos, itens para obras em geral, equipamentos de proteção individual e coletiva, serviços de manutenção industrial, fornecimento de uniformes, serviços de frete, logística e administrativos, materiais de escritório, serviços gráficos, alimentação, lavanderia, entre outros.

PLATAFORMA – Que tipo de inovação ou tecnologia tem sido usado para otimizar a gestão de suprimentos e melhorar a eficiência operacional no porto?

RENATA COLARES – Buscamos soluções e serviços de qualidade, prezando eficiência, segurança e colaboração. Esses valores são a base de todas as nossas conquistas e parcerias. Por isso, disponibilizamos um portal exclusivo para o processo seletivo de contratações, com orientações para cadastro e critérios de fornecimento: https://portodoacu.com.br/sejaumfornecedor/.

PLATAFORMA – Como é o processo de seleção e avaliação de fornecedores? Existe algum diferencial que pode aumentar as chances de uma empresa ser escolhida?

RENATA COLARES – O processo de seleção consiste em identificar fornecedores elegíveis e aderentes às demandas de contratação. A avaliação é feita com base em critérios como atendimento a descritivos técnicos, legislação, NRs e regulamentos. Para aumentar as chances de ser selecionado, é essencial que as empresas estejam em dia com suas licenças e certificações, mantenham cadastros atualizados e participem dos eventos de atração direcionados a fornecedores regionais.

PLATAFORMA – Que dicas você daria para uma empresa interessada em iniciar um relacionamento com o Porto do Açu?

RENATA COLARES – Recomendo que as empresas conheçam seus potenciais, capacidades técnicas e financeiras, e mantenham-se atualizadas com as melhores práticas de mercado. Somos um porto jovem, desafiando-nos a crescer ano após ano, e precisamos de parcerias sólidas para alcançar nossos objetivos.

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